quinta-feira, novembro 02, 2006

Uma peregrinação a Gaza

O Daniel Oliveira foi em romaria à Faixa de Gaza, como no século XIX os jovens da sua idade e estatuto social visitavam os lugares santos na mesma Palestina então tutelada pelo serralho de Istambul. Com toda a sua imensa sabedoria logo veio dizer que tinha estado num “gueto” como aquele que tropas alemãs arrasaram em Varsóvia já lá vão 63 anos. O que o Daniel Oliveira devia saber é que tudo tem um limite, a começar pela exposição pública da ignorância. Soubesse ele um pouco daquilo que se passou, e por que é que passou, em Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial, e estivesse ele minimamente interessado em saber o que é se está a passar em Gaza, e porquê, certamente não tentaria vender gato por lebre.
Nada tenho a opor às peregrinações do Daniel Oliveira pelo “mundo árabe” (para quando a ida a Meca?), e menos ainda àquilo que escreva ou diga sobre as suas romagens. Mas gostaria que não andasse por aí a fazer passar o povo que o lê por mais mentecapto do que aquilo que é.

9 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Mais ou menos relacionado com isto, li que um militar responsável pelas tropas portuguesas que vão para o Líbano se mostrou surpreendido por o grau de destruição provocado pela guerra de Israel com o Hezbollah ser afinal muito menor que o apregoado pelos media.

10:41 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Este post, de pura ofensa e sem qualquer conteúdo informativo, fica muito mal num blogue que se pretende sério.

Se o Fernando Martins tem algo de concreto a contestar àquilo que Daniel Oliveira escreve, faça-o. Os enxovalhos é que são perfeitamente dispensáveis.

Luís Lavoura

11:40 da manhã  
Blogger Fernando Martins disse...

Enxovalho? Sem conteúdo informativo? O Luís Lavoura nem para cópia de Daniel Oliveira serve. Ainda por cima receber lições de moral de um cavalheiro que, por causa daquilo penso e escrevo - melhor ou pior, bem ou mal - já me mandou para o Afeganistão e pediu que ficásse pela Galiza. O meu amigo, muito sinceramente, anda (ou é) um bocado para o maníaco-depressivo.

12:46 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu não pedi que você ficasse pela Galiza. Disse que não faria cá falta. Por "cá" referia-me a este blogue, no qual os seus posts se distinguem (dos dos outros autores) pela sua má qualidade, mau gosto e péssimas opiniões.

Luís Lavoura

3:17 da tarde  
Blogger Fernando Martins disse...

Meu caro amigo, se os meus textos são como diz, e é bem capaz de ter razão, não me leia! Embora deva dizer que os seus comentários me divertem. Sinceramente...
E já agora, acha uma coisa intelectual e eticamente séria comparar Gaza ao gueto de Varsóvia? Se acha, não lhe nego esse direito, agora permita-me que discorde veementemente...

3:30 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Fernando Martins, o que sabe o senhor sobre Gaza? Diga qualquer coisa só para eu sabr se faz a menor ideia do que está a falar. E onde começa exactamente a sua ignorância em relação ao que se passa em Gaza.

Se por você apoiar os judeus alguém escrevesse uma piadinha como a que você escreveu sobre Meca, o que lhe chamaria? O que o destingue a si, nas suas opiniões sobre os árabes, de qualquer anti-semita?

5:56 da tarde  
Blogger Fernando Martins disse...

O Daniel foi a Gaza. Só o Daniel é que sabe sobre Gaza! Eu vou a Portugal todos os dias e ainada acho que não sei nada sobre Portugal. Mas o Daniel vai e logo conhece, logo sabe. O Daniel entra numa biblioteca. Percorre-a, cheira-a. Conclusão: os livros estão todos lidos e compreendidos. O Daniel acha que ir a um sítio, passar por lá um par de dias, é ficar a conhecer esse sítio. O "senhor" Daniel é mais burro do que eu imaginava. Digo-o francamente e com pena. Sem ofensa para o Daniel e muito menos para os muares.
Quanto a Meca e aos judeus, e não sei que mais, registo mas nem vale a pena dizer nada. O Daniel é que sabe porque o Daniel é que vai.

11:17 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu não disse o que sabia ou deixava de saber. Escrevi sobre o assunto e dei a minha opinião. Você desconversa. Tem ou não tem alguma coisa para dizer sobre a matéria? Se não tem, escreveu com que objectivo? É que não sei se reparou que foi você que escreveu "o que o Daniel Oliveira devia saber é que tudo tem um limite, a começar pela exposição pública da ignorância". E quando se vai por aí tem de se dizer mais qualquer coisa. O meu conhcimento não começou com a minha visita nem eu usei qualquer argumento de autoridade. Mas depois de me chamar ignorante, gostava apenas de saber se me devo curvar perante um especialista ou se estou apenas a ler um fanfarrão. Sabe que até a arrogância dá algum trabalho.

2:10 da manhã  
Blogger Fernando Martins disse...

Meu caro Daniel. Há, pelo menos, duas ou três coisas que lhe reconheço. Perseverança, gosto pela discussão e uma enorme experiência, não sei se retórica, na condução dessas mesmas discussões. Mas isso é muito pouco para o caso.
Assim, e quanto a Gaza, poderei saber muito menos do que o Daniel e a maior parte das pessoas que se interessam sobre o tema. De qualquer modo, Gaza e os restantes territórios da autoridade palestiniana, que muito comovem os mundos ocidental e árabe, deixam-me bastante indiferente. Sobretudo quando abordados nos termos maniqueístas e superficiais a que se pode assistir em muitos media (blogues, incluídos). Veja-se o seu longo texto sobre o tema no seu Arrastão. Acha que trás alguma novidade ou, mais importante ainda, alguma análise? Penso que não. Quem tem uma posição pró-israelita, mantê-la-á. Quem é pró-árabe, ficará assim. De um lado e de outro ambos estarão pela paz e pela razão.
Mas isto pouco importa. O meu ponto quanto ao texto inicial que aqui nos trás, está justamente no facto de ter usado uma comparação [histórica (?) e política(?)] que demonstra dois erros enormes, sendo que um me parece fruto de ignorância ou de pura demagogia. Acha, sinceramente, e quanto ao segundo dos “erros”, que mesmo que Gaza seja um gueto, é comparável ao “Gueto de Varsóvia”? Vamos até supor que sim. Mas para afirmá-lo tem que nos dizer porquê. O que é que havia, e há, num e noutro, que os tornam comparáveis? Ou, para ser mais simplório, parece-lhe que a política palestiniana de Israel se compara à política da Alemanha Nazi em relação aos judeus? Mesmo em “1940” (como acrescentou no segundo post sobre Gaza)? Acha que os sistemas políticos e as sociedades são comparáveis? Mesmo em “1940”? Quanto ao primeiro “erro”, e se me permite, deixe-me que lhe diga, tentou de facto usar uma legítima e certamente útil visita aos territórios da autoridade palestiniana para dar aos seus leitores a derradeira palavra sobre o tema e, mais do que isso, legitimar a comparação. Foi assim que li o mesmo post inicial, e acho que é por isso que esse post e a derradeira frase (se a memória não me atraiçoa) do seu segundo post, não podia deixar de merecer um texto que já leva uns quantos comentários.
Nota Final: Fanfarrão! Eu? Outros dirão. Mas não me parece.

12:51 da tarde  

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