domingo, fevereiro 05, 2006
A nova "querela dos ícones", como lhe chama a Cláudia, tem mais a ver com a liberdade de expressão do que com a questão da famigerada "laicidade". Julgo uma confusão perigosa, que pode deslocar o debate para paragens indesejáveis. É pena que, cem anos depois, se continue em Portugal a colocar o debate sobre o lugar público da religião nos termos estreitíssimos da "laicidade" francesa. A liberdade religiosa (ou qualquer liberdade) e a separação como foi entendendida em França há cem anos não são inter-dependentes.
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3 Comments:
Espero que tenha ficado claro que a forma como concebo a laicidade não é a dos "termos estreitíssimos da 'laicidade' francesa", Luís; se não ficou, o post abaixo é um post falhado.
E, sinceramente, julgo mais perigosa a redução do problema das caricaturas à liberdade de expressão, quando milhares de pessoas pedem o julgamento internacional dos responsáveis pela blasfémia(sic) perpetrada pelo jornal dinamarquês. O problema da liberdade de expressão está a jusante da construção de um espaço comum, não para a expressão religiosa, mas para básica convivência humana; só depois de se estabelecer esse espaço de não-agressão poderemos discutir categorias conceptuais democráticas (que ainda não são aceites ou compreendidas planetariamente). Como a liberdade de expressão.
Cláudia, se ficarmos à espera da construção desse "espaço comum", corremos o risco de esperar eternamente. É que haverá sempre gente intolerante e a pedir a cabeça de quem pensa diferente. Por isso julgo que se trata, efectivamente, de liberdade de expressão acima de tudo. E tal liberdade, como todas as liberdades civis garantidas pelo Direito, também são regras de convivência. Aliás, são as mais importantes regras de convivência.
Antes fosse laicidade. O problema é que se trata de laicismo puro e duro!
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