terça-feira, novembro 11, 2008

O Fim da Guerra

A Primeira Grande Guerra terminou faz hoje noventa anos, como foi oportunamente lembrado aqui, e como cerimónias oficiais em países por todo o mundo nos forçam a recordar.

É estranho que em Portugal isso não aconteça. Ou melhor, não é.

Esta foi uma guerra mais impopular em Portugal do que na maior parte do resto da Europa (e desde o início). Uma guerra imposta pelos republicanos radicais. Uma guerra forçada contra o parecer de um exército que se sentia (com razão) ainda menos preparada para ela do que as forças dos demais beligerantes.

Sobretudo, Portugal não tem de todo a tradição de lembrar os seus mortos em combate. Isso sim é muito estranho. E triste.

Para quem quiser aprofundar o tema da Guerra de 14-18, ma non troppo, há esta bela síntese de um dos melhores historiadores e estrategistas ingleses (e há ainda esta, mais curta, de Norman Stone no Guardian). Para a participação de Portugal há o estudo do actual ministro da defesa: O Poder e a Guerra.

Infelizmente também não foi o fim da guerra, como tantos milhões esperaram. A paz é uma invenção bem mais complicada do que a guerra.

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6 Comments:

Blogger Luís Aguiar Santos disse...

O esquecimento oficial e anual do desastre de La Lys, uma carnificina em que morreram mais portugueses num só dia do que em combate em 13 de guerra colonial, é revelador de um brando costume de profundo desrespeito pelos mortos que aos governos "republicanos" e às Forças Armadas desde então tem convido manter. Eles lá sabem porquê... E não se trata só da inabilidade que em Portugal se tem mostrado em comemorar batalhas - mesmo as que foram de pura sobrevivência para esta sociedade.

11:34 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

“Não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite”, Manuela Ferreira Leite, 12 Novembro 2008.

4:21 da tarde  
Blogger Cláudia [ACV] disse...

Caros,
acho que é no entanto de lembrar o papel que, à sua escala, a Liga dos Combatentes (LC) tem tido na dinamização das cerimónias nacionais e locais relativas ao armistício e ao 9 de Abril. Ao longo deste ano parece ter vindo a organizar algumas acções a propósito do 90º aniversário destes acontecimentos. (Uma delas, porém, provoca-me enorme estranheza: o registo das marcas(sic) "La Lys" e "Armistício" como exclusivo da LC. Como é que isto se pode fazer, e para quê!?)
Desalento e perplexidade provoca sobretudo que a data seja lembrada de forma tão modesta e dispersa: O Exército rememorou a data numa cerimónia no dia 10 (!), em Coimbra, a que se associou o autarca local e alguns outros representantes das "forças vivas"; no dia 11, muitos núcleos regionais assinalaram o dia à sua pequena escala; e as comemorações nacionais da data (dinamizadas pela Liga, julgo?)serão no dia 15 (!) num "três-em-um" (com o aniversário da própria Liga e da Ordem da Torre e Espada).

A minha pergunta é: oficialmente, a Presidência da República e o MDN limitam-se a 'participar' nas iniciativas da LC?

Seja como seja, isto diz um bocado do nosso espírito colectivo. Nem parece que estamos a falar de um acontecimento que mobilizou efectivamente mais de uma centena de milhar de portugueses, e que afectou muitos mais.

[abraços]

8:46 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

cheiro a mofo?

10:20 da manhã  
Blogger Diogo disse...

Daily Show - McCain versus McCain na ajuda financeira de 700 mil milhões de dólares à banca:


McCain: Os fundamentos deste pacote são bons... são fortes...

McCain: Demonstra a incrível influência dos lobbies e grupos de interesses.

McCain: Acredito que este plano irá dar lucro.

McCain: É uma loucura e uma obscenidade, porque é um desperdício do dinheiro dos contribuintes.

McCain: Os contribuintes serão os primeiros a receber, isso é um ponto importante desta proposta.

McCain: Isto são jogos de poder da pior espécie.

McCain: Regressei a Washington, consegui sentar os republicanos à mesa.

McCain: Estes financiamentos obscuros, estas jogadas escandalosas.

McCain: Melhoraram o plano.

McCain: É péssimo. E é uma... É uma fonte de corrupção.

McCain: E estou em crer que será aprovado.


Vídeo legendado em português (2:43m):

3:25 da tarde  
Blogger Lightwarrior disse...

Vejamos, não é que a Paz seja uma invenção bem mais complicada do que a guerra.
De facto, a Paz não se inventa - e, mesmo que fosse passível de invenção, encontrar-se-ia à muito inventada -, não, a Paz surge da vontade das pessoas, em, mais do que a ausência da guerra, fazer prevalecer a justiça (Santo Agostinho). Paz é um sentimento como qualquer outro, escapa à racionalização humana na sua origem, ganhando corpo na esfera do tangível apenas pelas acções humanas através das quais se poderá fazer ver, ouvir, sentir, cheirar.

Mais parece que nos dias que correm o que é preciso é inventar a Vontade.

7:48 da tarde  

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