Recorde-se que há muito tempo que a União Europeia (UE) estava a trabalhar na libertação das enfermeiras búlgaras e do médico de origem palestiniana e que todas as presidências desde 2005, em particular a do Reino Unido e a alemã, se empenharam na resolução do problema.Todas elas contribuíram, em planos distintos, para a solução complexa (mas finalmente eficaz) que levou à libertação dos detidos, a penar há oito anos nos cárceres líbios. Desta vez – e por uma vez – não é difícil tributar o sucesso à tantas vezes denegrida política externa comum europeia.A UE conseguiu algo que a Bulgária, sozinha, jamais teria peso para conseguir. Basta ver a solução da constituição do Fundo Internacional de Benghazi (461 milhões de dólares), para o qual todos os países europeus vão contribuir de variadas formas, e que visa ressarcir o Estado líbio do adiantamento feito às famílias das vítimas a título indemnizatório. Neste cenário, é relevante salientar a visita de Sarkozy à Líbia e a assinatura de vários acordos e a realização de promessas políticas mútuas que a Alemanha veio depois dismistificar.
O responsável alemão pelos Negócios Estrangeiros, Gernot Eiler, afirmou que
o acordo assinado por Sarkozy em Tripoli que compreendia o fornecimento, pela França, de um reactor nuclear para transformar água do mar em água potável, prejudicava potencialmente os interesses alemães. Porquê?Porque o acordo, segundo Elner, não foi apenas bilateral e os interesses alemães sairam lesados dado o possível envolvimento da Siemens, o grupo alemão que tem cerca de 40% da Framatome, que consequentemente tem um envolvimento nuclear com a francesa Areva (o maior fabricante de reactores nucleares e que poderia fornecer o reactor à Líbia).Erler exigiu consultas com a França, não sem assinalar que a exportação de tecnologia nuclear para a Líbia levantava preocupações de segurança à Europa.
Será que as enfermeiras búlgaras e o médico de origem palestiniana não passaram de peças num xadrez mais vasto e complexo?
2 Comments:
TRISTE PÁSSARO
Triste pássaro
Vi em teu olhar
Na hora do adeus
Enquanto o táxi
Singra as ruas da cidade
Eu mergulho na visão de antigos casarões
Triste andorinha
Vi em tua face
A pálida estampa
Da hora do adeus
Enquanto o táxi
Fere a noite da cidade
Busco em vão teu riso em solitários corações.
Este poema não diz da minha dor
Nem a medida da minha solidão
Era pra ser um poema de amor
Ficou somente um triste poema
Senti-me então um pássaro sem asa
Eu não sou mais um pássaro voador
Enquanto o táxi deixava a nossa casa
Em direção à solidão sem cor.
Minha ave sem pena
Vejo estampado em teu rosto
Na hora do adeus
Uma tristeza sem par
Enquanto o táxi
Nas esquias onde passa
Busca a paz e não há mais em nós
Ave pequena
Meu tonto sabiá
Na hora do adeus
Vi nosso ninho voar
Enquanto o táxi
Driblava placas na cidade
Silenciando de vez a nossa voz.
Um abraço
Naeno
Belo poema!
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