A criação e aplicação de um sistema de avaliação de cuidados de saúde em Portugal será um esforço inquestionavelmente relevante por parte da
Entidade Reguladora da Saúde. Mas que dizer de uma
anunciada simplificação em estrelas? Talvez que, do ponto de vista desta utente, não soa a grande coisa. Primeiro - e passando por cima do desagrado que instintivamente provoca a comparação entre unidades inevitavelmente associadas ao lazer a unidades inevitavelmente associadas ao sofrimento - porque ao transmitir tal informação aos cidadãos se comunicam valores sobre os quais estes não poderão propriamente exercer livre escolha (pelo menos no domínio
público, no qual se insta todo o utente a não se dirigir a um hospital por qualquer razão, mas onde, por outro lado, o acesso às unidades básicas do
SNS é limitado por inscrição a uma única, a da zona de residência), o que só os frustra. Depois, porque se invoca esse clássico legitimador, o precedente estrangeiro, sob a forma de um "à semelhança do que já existe no Reino Unido e nos Estados Unidos", que nada esclarece: afinal, irá ser o nosso sistema de avaliação mais semelhante ao dos
rankings publicados por
empresas certificadoras cotadas em NASDAQ, ou ao das
fundações sem fins lucrativos? Ou será que é para acontecer o que aconteceu no Reino Unido, onde o
star rating [público, já que a entidade avaliadora não considerou ter capacidade para avaliar TODAS as unidades do país] da saúde durou pouco e, por insatisfatório,
foi já abandonado?
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