sábado, abril 14, 2007

Um princípio, um meio e um fim!

Tanto quanto pude perceber Ruben de Carvalho, Luciano Amaral e Medeiros Ferreira aceitaram com naturalidade o fim das suas colaborações no Diário de Notícias. Mesmo que, e não estarei a pensar mal, gostassem de continuar a escrever regularmente para aquele que é um dos mais prestigiados jornais diários portugueses. A derradeira crónica de Ruben de Carvalho no DN, como um texto de Medeiros Ferreira no “Bicho Carpinteiro” – no qual relata brevemente as circunstâncias da sua saída –, são não apenas testemunhos que revelam bom senso e inteligência mas, também, um bom gosto quase extremo. Joana Amaral Dias e Daniel Oliveira, que assume as dores de todos os colunistas de “esquerda” que foram convidados a deixar de colaborar com o DN (presumo que quando o mandarem embora do Expresso tal se deverá a uma conspiração com origens no PRN), vêem a opção tomada pela direcção chefiada por João Marcelino como uma atitude que indicia intenções político-ideológicas que põem em causa o pluralismo de opinião naquele matutino (presumindo que tal pluralismo existia). E no entanto estas observações e juízos não passam de um absurdo. Pelo menos enquanto não se souber quem são os novos colunistas e ao que vêm, e ainda porque se está ignorar que muita gente da chamada "direita" também foi ou vai ser afastada. De qualquer modo, e sendo aquele casal quem é, é óbvio que não se podiam esperar considerações menos canhestras.
Ainda assim, e se como Daniel Oliveira assumirmos que todo o processo de reforma do DN está ferido de enviesamento ideológico, certo é que convém recordar que o DN tem proprietários, tem direcção e tem redacção. Que se trata de um órgão de informação e de um negócio. Tem ainda leitores e anunciantes, e até como não se sabe o que é que o DN vai ser, melhor será que se assumam como naturais e absolutamente legítimas as mudanças que estão a ser introduzidas e aquelas que ainda o virão a ser.
É claro que sentirei sobretudo a falta das crónicas de Medeiros Ferreira, igualadas umas vezes, e superadas outras, em tempos mais recentes, pelas do seu cunhado Nuno Brederode Santos aos Domingos (e que não sei se fica ou se vai). Quanto ao resto, recordar apenas que tudo tem um princípio, um meio e um fim. A começar pelo próprio Diário de Notícias.

3 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

O novo DN, para este leitor há muitos anos do dito, é uma enorme decepção.

Por exemplo, os assuntos que aparecem nas páginas sob o título "Portugal" são seleccionados e arrumados de maneira incompreensível.

10:22 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

O Martins está satisfeito com os dois padres de serviço?O Anselmo Borges propriamente dito e o sacristão do César das Neves?Um pouco mais de BCP e temos o paraíso na terra...

10:39 da manhã  
Blogger Daniel Oliveira disse...

Há boas notícias: ninguém o convidou a si. Quer dizer que ainda não está tudo doido.

6:44 da tarde  

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