segunda-feira, julho 10, 2006

TAP, TAP


A seguinte carta foi dirigida ao Instituto Nacional da Aviação Civil, por sugestão de um funcionário da DECO. Não obteve qualquer resposta

«Excelentíssimos Senhores


João Miguel Furtado Ferreira d´Almeida, portador do Bilhete de Identidade
n.º 8152647, sócio da DECO n.º 0954438-55, vem por este meio reclamar contra o atraso do voo TP 728 da companhia aérea TAP, que deveria ter partido do aeroporto da Portela para Madrid às 17 e 30 de 23 de Junho do ano em curso. De facto, veio a descolar já passava das 21 e 30.
Não é a primeira vez que o signatário é prejudicado por um atraso num voo da TAP. No entanto, desta vez o facto foi particularmente gravoso, pois tratava-se de uma viagem de fim-de-semana, tendo regressado dia 25, no voo TP 715, que mais uma vez se atrasou, embora menos. No dia 23 de Junho, o signatário chegou ao aeroporto da Portela por volta das 18 horas, pois o check-in era às 18 e 30 e teve de atravessar Lisboa de táxi a partir de São Bento, pelo que temia engarrafamentos de trânsito. Acabou por chegar a Madrid por volta da meia-noite, hora local.
O signatário sente-se defraudado como consumidor, pois se optou pelo avião como meio de transporte, em vez do comboio ou do automóvel, foi justamente por causa da alegada rapidez da viagem. Se soubesse o tempo que demorava a viagem de facto, teria preferido ir de comboio ou de carro.
Acresce que, apesar do atraso de 23 de Junho se ter verificado sobre a hora do jantar, a companhia não ofereceu qualquer compensação de carácter alimentar. É com tristeza que o signatário é levado a reconhecer que a TAP presta um pior serviço do que a Companhia Aérea da Tanzânia: no Verão passado apanhou um voo desta companhia do Aeroporto do Quilimanjaro para Zanzibar. O avião atrasou-se uma hora, mas os passageiros foram compensados com a oferta de uma bebida não-alcoólica. Em Portugal, o mesmo passageiro teve de pagar do seu bolso um lanche-jantar improvisado, no aeroporto, no valor de sete euros. Em Madrid, em vez de dividir o táxi com a pessoa que o ia esperar e irem jantar com um grupo de amigos, teve de pagar o táxi só do seu bolso e ir ter com essa pessoa depois do jantar. Pagou do seu bolso 25 euros de táxi desde o Terminal 2 até à Ronda de Toledo.
Creio portanto que a TAP me devia indemnizar dos 19, 50 euros que não teria gasto caso a companhia tivesse prestado o serviço que paguei.
Agradeço resposta a esta carta no prazo de 10 dias.

Com os melhores cumprimentos,

Lisboa, 29 de Junho de 2006

João Miguel Almeida»

4 Comments:

Blogger Fernando Martins disse...

Sinceramente, acho que pedes pouco. Devem-te desculpas e umas massas pelos danos emocionais causados! Tenho dito! Sinceramente!

8:32 da tarde  
Blogger Daniel Melo disse...

Concordo plenamente.
Acho q fazes bem em vir para a praça pública, porque, enqt. não se começar a falar abertamente destas coisas e a pressionar no espaço público, haverá sempre empresas a entrar nestes desrespeitos pelos seus utentes.
Outra coisa q eu ainda n percebi é porque é que o Inst.º do Consumidor n tem uma atitude mais pró-activa, enviando informação para os media, sobre questões deste género, em vez de ser só a DECO a partir pedra.
Comigo já me sucederam algumas, a última foi com a Clix, q já cortou 2 vezes o serviço Internet quase 2 dias de cada vez, sem dizer água vai, nada, e dando prazos de normalização sucessivamente desrespeitados. E o atendimento, uma lástima, confusão total.
Falando tb. por mim, acho q recorremos pouco ao Inst.º do Consumidor. O papel regulador do Estado é importante, bem mais consensual do q outro tipo de funções, donde, devíamos pressionar mais nesse sentido.
Só 1 nota final: essa de Quilimanjaro era de fazer corar até ao pimentão o mais forreta Relações Públicas de qq empresa.
Mas, por cá, a vergonha tem outro nome: «nacional-porreirismo». Até para isso inventamos eufemismos encobridores.

1:04 da manhã  
Blogger Cláudia [ACV] disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

4:50 da tarde  
Blogger Cláudia [ACV] disse...

João,
como te compreendo. Apesar de não ter sido tão lesivo, o atraso do vôo TP 604 de 30 de Junho, para Bruxelas, também me deixou na mão: ia com programa bem definido, ajudar nas mudanças de casa do meu irmão antes de uns dias de férias propriamente ditos, e o atraso do vôo das 7:40 am, cerca de uma hora, prejudicou o ritmo do resto do dia, roubando tempo ao dia seguinte. Estes adiamentos fazem-se com o maior dos à-vontades, como se quem viajasse não importasse grandemente, não tivesse compromissos a atender, sobretudo se não vai em executiva.
Temos o péssimo hábito de não nos incomodarmos a reclamar, o que só nos prejudica. Fizeste muito bem.

Até breve,

4:52 da tarde  

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