Catedrocracia ou o Salazarismo volta a atacar
E termino com um paradoxo que só me ocorreu ao correr da pena (virtualmente falando). Vital Moreira fez questão de não nomear nem um dos autores que visava na sua crítica. (Tive de me socorrer do Insurgente para saber que se tratava aparentemente do Rui Ramos e do Luciano Amaral). Ora se lermos os discursos de Salazar está lá bem evidente o síndroma do tempo de antena, o silêncio ou o recurso a termos vagos e pejorativos para designar o adversário. Mesmo quando citava, o professor-ditador raramente referia a fonte. Percebe-se. Para Salazar citar abundamente outros seria minar a sua autoridade única e chamar a atenção para a concorrência. Será que não aflora por vezes no nosso comentariato, involuntariamente (espero), algo desta lógica do deserto para melhor brilhar, algo desta mentalidade da lição ex cathedra? Isto não significa que considere que estejamos em risco de uma ditadura (fiquem descansados), e certamente não por parte de uma pessoa tão estimável quanto Vital Moreira. Mas lá que este tipo de atitude dificulta o debate de fundo e a sério num país onde ele já escasseia, lá isso...
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