O ponteiro dos minutos parece avançar muito depressa entre as oito e as nove da manhã. Olho com inquietação qualquer ajuntamento de carros. Temos engarrafamento? Não, nem por isso. Estou quase a chegar. Suspiro de alívio. Cá estou, por fim, na rua. Um polícia impede-me a passagem. Obriga-me a um desvio. Estaciono o carro a umas boas centenas de metros do meu destino. Volto à rua, a pé. Observo um carro parado no meio do asfalto. O condutor discute com dois polícias. Subo a rua. Observo a fila de automóveis com bandeirinhas de países. Do céu, chega-me o ruído compassado de um helicóptero.
Sonho? Devaneio? Fragmento de ficção? Nada disso. Apenas uma crónica da minha manhã de hoje, na Avenida D. Carlos I. Os carros perfilados pertenciam, obviamente, a Embaixadas. A tomada de posse de Cavaco inspirou-me um post, mas significou uma perda de tempo e logo de competitividade para centenas ou milhares de trabalhadores activos no coração de Lisboa.
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