sexta-feira, maio 16, 2008

A política depois da sua cultura

A despolitização, isto é, o esquecimento do que é a política, e, consequentemente, a sua confusão com uma série de peripécias fúteis, é coisa já antiga. Bem pode o PR queixar-se da ignorância dos «jovens» quando o jornalismo dito de referência se entretém, por motivação meramente facciosa, a reduzir uma visita de Estado de real importância a um «caso» que não interessa a ninguém, realmente.
Em vez dos acordos económicos (e do que eles revelam sobre o estado actual da Venezuela), em vez da situação de 600 mil portugueses emigrados, em vez da relação entre os problemas de energia e o investimento da Galp na Venezuela, todos os dias a conversa do cigarro, o triste «peço desculpa» e o fatal «prometo deixar de fumar». Eis a despolitização em pleno.
Nada disto é novo, nem sequer o caso concreto. O aviso foi feito a tempo, sobre o que a lei do tabaco aprovada o ano passado significa em termos de espírito de denúncia (viu-se logo na primeira noite da sua vigência, na «marcação» ao director da ASAE). Entretanto, Sócrates entusiasmou-se com a obamização (nas Novas Fronteiras dedicadas aos 3 anos de governo, a conversa estafada da «mudança»). Na despolitização nada se deve ao acaso...

PS - Outro caso, infelizmente com demasiados episódios para valer a pena seguir todos, é a campanha do PSD, com o seu Obama (Passos Coelho), com a sua favorita (Ferreira Leite) e com o seu desmancha-prazeres (Santana). Tudo, desde os ataques a Sampaio até à colagem de Cavaco a Ferreira Leite, é redução da política a uma inanidade tal que já nem é preciso refundar o partido sem ideologia que o PSD sempre foi, basta continuar sempre a fingir que nada se tem a ver com «aquilo», afinal o que todos fazem. A despolitização como substituto da política.

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6 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Não se trata de denúncia de fumadores nem do direito que Sócrates ou seja quem fôr tem de fumar.

Trata-se de que no avião iam N pessoas, a começar pelas hospedeiras e comissários, prosseguindo nos jornalistas, e terminando no pessoal governamental, que estavam ali POR OBRIGAÇÃO PROFISSIONAL e A TRABALHAR, e que têm o direito de, nesse âmbito, não serem agredidos por um ambiente poluído de tabaco, mal-cheiroso e incómodo.

NINGUÉM perguntou a essas pessoas todas, que estavam ali POR OBRIGAÇÂO e que não tinham como fugir dali, se se sentiam ou não incomodadas com o fumo, se se importavam ou não que ali se fumasse.

É um dever da mais elementar boa-educação não fumar perante pessoas a quem não se pede autorização para esse efeito. E certamente não fumar para cima de trabalhadores que estão onde estão por obrigação.

Luís Lavoura

4:21 da tarde  
Blogger CLeone disse...

Caro Luis Lavoura
Se nao eprcebeu que a noticia do Publico é politica e que a propria lei é mais politica do qu sanitária, é triste. QUanto ao tom do seu comentário, é só histérico. As melhoras e volte sempre

11:54 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

É politica e então... a lei está certa, o gajo não pode fumar num avião e voçê também não.

11:23 da tarde  
Blogger CLeone disse...

e vc tb nao, nem o PR, nem os jornalistas, nem... faça-se de parvo, suave, e bom proveito.

10:09 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Obrigado, mas dificilmente consigo ser tão imbecil como você.

10:27 da manhã  
Blogger CLeone disse...

obrigado, aprecio elogios involuntários

2:30 da tarde  

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